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Inteligência emocional no ambiente de trabalho

Inteligência Emocional

Tanto quanto as competências técnicas, uma série de outras habilidades estão sendo exigidas dos profissionais que disputam espaço no mercado. E isso é ainda mais destacado quando o cargo em questão envolve o gerenciamento de pessoas, seja qual for o segmento de atuação. Logo, a inteligência emocional no ambiente de trabalho é cada vez mais valorizada.

Contudo, tal requisito não é definitivo: ou seja, é possível, sim, desenvolvê-la e obter todos os benefícios disso. Por essa razão, este artigo tem como tarefa explorar melhor o que é a inteligência emocional e o que pode ser feito para aprimorá-la, além de ressaltar suas vantagens. Boa leitura!

O que é a inteligência emocional?

De forma ampla, na psicologia o conceito de “inteligência emocional” descreve a capacidade do indivíduo de identificar e gerenciar suas emoções. Alguém descrito como “inteligente emocionalmente” consegue perceber, processar e compreender o que está sentindo. A partir disso, pode expressar tal sentimento ou raciocinar com ele, assimilando seu modo de pensar e agir.

O conceito de inteligência emocional apareceu pela primeira vez no campo da pesquisa científica por volta dos anos 60 e, por muito tempo, ficou restrito a essa esfera. Somente entre o final dos anos 80 e começo dos anos 90, o termo ganhou mais espaço além dos muros das universidades de psicologia.

Um dos responsáveis pela popularização ainda maior da inteligência emocional foi o psicólogo e escritor norte-americano Daniel Goleman, que em 1995 lançou o livro “Inteligência Emocional”. A obra é um sucesso até hoje e já foi traduzida para mais de 40 idiomas, vendendo cerca de 5 milhões de exemplares no mundo todo.

Ao longo do seu livro, Goleman explora a diferença entre o Quociente Emocional (QE) e o famoso Quociente de Inteligência (QI). Não por menos, em muitas seleções profissionais, é comum que QE e QI sejam igualmente levados em conta na escolha do contratado.

A definição de Goleman para a inteligência emocional não difere muito daquela apresentada mais cedo neste tópico: para o psicólogo, ela seria a habilidade de gerenciar seus sentimentos para conseguir expressá-los sempre de maneira eficaz e apropriada.

A grande novidade trazida pelo livro do norte-americano está na vinculação da inteligência emocional a 5 pilares, que podem ser considerados como um conjunto de competências-base para gerenciar as emoções:

  • autoconsciência ― pode ser entendida como a capacidade de entender a analisar as próprias emoções;
  • autorregulação ― compreendida como a habilidade de lidar com as emoções, mesmo nos momentos adversos;
  • automotivação ― como o próprio nome diz, engloba a facilidade em conseguir se motivar e se manter nesse estado;
  • empatia ― para conseguir se colocar no lugar dos demais sempre que necessário;
  • habilidades sociais ― para saber se relacionar interpessoalmente, conseguindo lidar com as emoções dos outros.

A partir desses pilares, fica mais fácil entender por que a inteligência emocional ganhou mais espaço no ambiente de trabalho, principalmente quando pensamos em como as relações interpessoais presentes neste espaço afetam a produtividade, o clima organizacional e o engajamento de todos. De qualquer modo, tal conceito pode ser expandido e levado para a vida como um todo, já que nossas emoções conseguem afetar tudo o que fazemos.

Por que é importante desenvolvê-la?

Desenvolver a inteligência não é importante apenas por ela ser uma habilidade a cada dia mais valorizada em processos de recrutamento de diversas empresas. Vários autores apontam que pessoas com essa capacidade mais destacada tendem a ter mais sucesso na vida profissional, uma vez que as competências aprimoradas ajudam no trabalho em equipe, na capacidade de negociar com quem pensa diferente e até no senso de liderança.

É normal que no ambiente profissional encontremos pessoas que pensem e ajam de forma totalmente diferente de nós. Se isso não for trabalhado, pode resultar em conflitos e prejuízos para o clima e o andamento das atividades. Logo, quem é capaz de lidar com essas adversidades e extrair o melhor das diferenças consegue se destacar, produzir mais e até se mostrar um bom líder.

Mas como é possível melhorar a inteligência emocional no ambiente de trabalho?

O processo de desenvolvimento da inteligência emocional pode ser longo e envolve uma série de percalços. Todavia, com os passos a seguir, fica mais fácil contornar os obstáculos. Acompanhe!

Analise seu comportamento

Sempre que uma nova situação se impor, tente, nem que seja por um instante, analisar as próprias reações, as boas ou as ruins. Perceba, por exemplo, que tipo de sentimento ou reação corporal foi disparada pelo que aconteceu.

Trabalhe as emoções negativas

Por mais que não gostemos delas, emoções negativas, como raiva, tristeza e ansiedade, fazem parte da nossa vida. Portanto, mais do que tentar evitá-las, é importante trabalhá-las para que não afetem sua relação com os demais ou sua capacidade de tomar decisões. Um pico de irritação pode ser amenizado com alguma atividade mais tranquila ou mesmo com exercícios de respiração.

Não tenha medo de falar sobre o que o incomoda

Uma inteligência emocional desenvolvida não significa reprimir o que está sentindo. É importante também saber expressar o que o incomoda, sempre visando evitar desentendimentos. Por isso, diante de qualquer necessidade, procure conversar de forma sincera e madura.

Reconheça seus pontos fortes e fracos

Do mesmo modo que você pode ser excelente no desenvolvimento de determinada atividade, pode deixar a desejar em outra. Isso é natural, e perceber quais são os seus pontos fracos e fortes é essencial para desenvolver a inteligência emocional.

Exercite a empatia sempre

Para fortalecer a empatia, tente entender por que cada pessoa ao seu redor faz o que faz de certa maneira ou mesmo tem determinadas opiniões. Escute com interesse sincero e evite um julgamento antecipado.

A partir dos seus pilares, trabalhar a inteligência emocional no ambiente de trabalho reduz conflitos, aumenta o comprometimento, melhora as relações interpessoais e incrementa a produtividade, em especial com quem precisa lidar com a gestão de pessoas. Por isso, é importante valorizar tal competência e encontrar, sempre que possível, o espaço e as condições necessárias para desenvolvê-la.